INTERESSANTE TEXTO EXTRAÍDO DO SITE ADMINISTRADORES.COM.BR....VALE A LEITURA E REFLEXÃO!!!!!
Logo que comecei a trabalhar em agência de propaganda, eu
via um certo glamour em estar sempre ocupada, abraçar mais de dez projetos ao
mesmo tempo, passar horas em reuniões intermináveis e trabalhar até de
madrugada. O que o tempo me mostrou é que, na verdade, eu tinha a necessidade
de me sentir importante e competente e todas essas atividades me faziam sentir
dessa forma. Quando você identifica sua necessidade primária, fica mais fácil
entender o que você precisa mudar em vez de simplesmente aceitar que é assim
que deve ser.
Quando percebi que para me sentir importante e competente eu
só precisava fazer meu trabalho muito bem feito, eu passei a controlar o tempo
das reuniões, a dizer não para projetos que não faziam sentido ou que eu não
conseguiria fazer com a mesma qualidade por estar cuidando de outras coisas e,
raramente, ficava até depois das oito e meia trabalhando.
Mas não é fácil reconhecer ou admitir qual é o problema e
qual é a verdadeira necessidade por trás de alguns dos nossos comportamentos.
Por isso, é inevitável começarmos a encontrar desculpas para justificarmos o
motivo pelo qual nossa vida é do jeito que é.
Um filme que eu amo e relata isso muito bem é “O Diabo Veste
Prada”. A frase preferida da personagem principal, a Andy, é: “Eu não tive
escolha”. Ela diz sempre que tenta explicar para todo mundo o porquê de aceitar
os absurdos vindos da chefe.
A grande verdade é que, sim, sempre temos escolha. O que
acontece é que nem sempre estamos dispostos a lidar com as consequências e por
isso criamos mecanismos de defesa para nos protegermos. Aqui vão algumas das
mentiras que eu costumava contar a mim mesma até que decidi mudar:
1. Se eu tivesse mais tempo eu faria “isso”
Como “isso” entenda qualquer coisa que você não faça por
falta de tempo. Pode ser um curso de línguas, exercícios físicos, sair mais com
os amigos, ler um livro, fazer caridade, não importa. Falta de tempo (e o
trânsito) virou a desculpa universal para justificar o fato de que não somos
disciplinados quando o assunto é gerenciar as 24 horas do nosso dia. Uma coisa
que eu aprendi é que quando você realmente quer fazer uma coisa, você arruma
tempo, por mais ocupado que você seja.
A questão aqui é que, ou você quer muito uma coisa, ou você
não quer tanto assim e o tempo não pode ser a desculpa por você não fazer.
Eu sempre quis ter um corpo sarado (#quemnunca). Toda vez
que aparecia uma nova musa-com-o-corpo-mais-perfeito eu ficava me sentindo mal
e pensando que eu devia me dedicar mais na academia. Mas sabe qual é a verdade?
Eu gosto da ideia de ter um corpo sarado, mas eu nunca quis acordar às seis da
manhã e ir à academia sete dias por semana, nem tomar shakes de whey no café da
manhã, nem comer batata doce no almoço ou claras de ovos no jantar. E esse era
o meu problema, mas eu sempre tentei me convencer de que eu não era sarada
porque eu não tinha tempo.
Aí você pode me dizer: “Mas Fê, eu juro que eu não tenho
tempo para nada, minha vida é trabalhar.”
Eu acredito em você, mesmo! Só que ser ocupadíssimo também é
uma escolha. Nós investimos nosso tempo naquilo que é importante para nós, por
isso, se você está trabalhando oitenta
horas por semana, é porque tem alguma coisa que você queira mais do que tudo e
que vai ser resultado desse tempo investido no trabalho. E assim, você está
deixando de fazer outras coisas que no fundo não devem ser tão importantes
assim.
2. Se eu tivesse mais dinheiro eu poderia fazer “isso”
O dinheiro sempre foi a maior desculpa para tudo na minha
vida. “Não faço exercícios porque não tenho dinheiro para academia. Não falo
inglês porque não tenho dinheiro para pagar um professor particular. Não mudo
da casa dos meus pais porque não tenho dinheiro para pagar aluguel”. Um monte
de bobagem. É claro que muita gente realmente tem um orçamento apertado.
Acredite, eu já fui essa pessoa um dia. Quando pagava a minha faculdade, eu
almoçava marmita para poder vender o vale refeição e muitas vezes só o que
tinha na minha carteira por semanas era o vale transporte.
E justamente por ter alguma experiência sobre o que era ter
uma conta eternamente negativa que eu te digo que dinheiro não é desculpa para
não fazermos as coisas.
Usamos a falta de dinheiro para nos convencermos de que
nossa vida não é incrível porque vivemos numa sociedade injusta e desigual onde
os ricos podem tudo e os pobres não podem nada. Mas eu vou te dizer uma coisa:
quer fazer exercícios? Todos os parques são gratuitos. Quer estudar uma língua?
Hoje é possível fazer isso de graça na internet através de sites como o
Duolingo. Quer viajar? Existem sites como o Couchsurfing em que as pessoas
deixam você dormir na casa delas sem ter de pagar nada por isso.
É claro que estes são alguns pequenos exemplos, mas são
coisas das quais eu mais ouço as pessoas reclamando de que não podem fazer sem
dinheiro. Além disso, quando prestamos mais atenção em como gastamos nosso
dinheiro, fica mais fácil de fazer com que ele não desapareça.
3. Se “isso” acontecesse, minha vida seria perfeita
Aqui o “isso” pode ser comprar uma casa, arrumar um
namorado, ter um filho, ser promovido no emprego. O nosso grande problema é que
o “isso”, nesse caso, nunca será suficiente. É a lei da vida. O ser humano
nunca está totalmente satisfeito com o que ele tem e está sempre querendo algo
mais para ser feliz. Parece que é essa coisinha que falta que nos impede de ter
uma vida completa.
O problema é que, quando estamos sempre olhando para o que
está por vir, deixamos de aproveitar e agradecer pelo que temos hoje. Mas eu
não vou te dar o conselho óbvio da autoajuda que é viva o presente e agradeça
pelo que você tem hoje. Minha dica é: use essa necessidade que é inerente ao
ser humano de sempre querer o que não tem como motivação, e não como a razão
pela qual você não é feliz. Aprecie o desafio de correr atrás desse objetivo e
deixe que isso te faça feliz e não que a falta “disso” te faça infeliz.
4. Eu mudaria “isso” na minha vida, se não fosse “aquilo”
Até pouco tempo atrás eu ainda morava com a minha mãe. Como
ela morava na Zona Leste e eu trabalhava na Zona Sul, você que conhece São
Paulo pode imaginar o inferno que era a minha vida no trânsito todos os dias.
Depois que o meu pai morreu, eu passei a ajudar financeiramente em casa e
conforme fui ficando mais velha, todas as vezes que alguém me perguntava porque
raios eu ainda morava na Zona Leste minha primeira resposta era: “Eu adoraria
mudar, mas eu ajudo a minha mãe e ela precisa de mim”. Na minha cabeça isso não
era uma desculpa, era a verdade.
Quando eu finalmente decidi mudar e ir morar com o meu
namorado, percebi que eu estava usando o fato de que eu ajudava a minha mãe
financeiramente para mascarar o real motivo pelo qual eu nunca me mudei. No
fundo, eu não sou uma pessoa que gosta de ficar sozinha. Eu gosto de chegar em
casa e ter com quem conversar. Ao mesmo tempo, depois de uma certa idade não
fazia tanto sentido para mim dividir apartamento com amigas. Além disso, se eu
tivesse de pagar aluguel ou um financiamento imobiliário eu não teria feito nem
metade das viagens que eu fiz e que só consegui pelo fato de morar com a minha
mãe. Não podemos deixar que filhos, gato, cachorro, dívidas, emprego, mãe ou
pai doente sejam desculpas para aliviar o fato de que não temos coragem para
tomar algumas atitudes e lidar com as consequências que elas trarão para as
nossas vidas.
5. Eu não vivo sem “isso”
Na maioria dos casos, sim, você vive. Parece uma bobagem,
mas quando decidi que ia passar um tempo viajando algumas coisas ridículas
começaram a me preocupar. Por exemplo, eu tenho alergia a lâmina de barbear,
por isso sempre tive de fazer depilação. Como eu iria viver sem fazer
depilação? Pois é, estou viva e não estou nem peluda, nem perebenta.
Se tem uma coisa que eu aprendi nesse pequeno período em que
eu estou viajando é que para tudo existe um jeito e que nós somos completamente
adaptáveis. Não existe nada com que você não vá se acostumar a viver sem, desde
coisas até pessoas. Certamente podemos passar por um período de nostalgia ou
saudade, mas depois de um tempo a vida se ajeita e de alguma forma compensa
aquela falta.
O que nos faz ter a sensação de que “isso” é tão importante
para a nossa vida ao ponto de não conseguirmos viver sem é que, muitas vezes,
colocamos em coisas ou pessoas a responsabilidade da nossa felicidade.
A grande verdade é que nossa vida é feita de uma enorme
lista de boas intenções que resultam algumas vezes em tentativas e muitas vezes
erros. A boa notícia é que se você acordar amanhã, existe uma nova chance de
tentar mais uma vez ;).
Sobre o autor
Fernanda Nêute
Paulistana, publicitária e nômade digital. Depois de trabalhar por mais de 12 anos no mercado publicitário, em 2013, decidiu que era a hora de investir em um grande sonho: viajar pelo mundo. Apaixonada por novos lugares, línguas, sabores, culturas e pessoas, já teve a oportunidade de vivenciar um pouco de tudo isso em 25 países até agora. Acredita no poder transformador da internet e também é criadora do Projeto FÊliz com a Vida.
OBRIGADO A TODOS E ATÉ A PROXIMA.
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